Amantes secretos, sexo clandestino e Covid-19

Traição em tempos de pandemia 

A atual pandemia veio mudar definitiva e irremediavelmente o mundo em que vivemos. Há um óbvio antes e um ainda pouco claro depois da Covid-19 e dificilmente, se é que algum dia, o planeta regressará ao ponto em que nos encontrávamos no início de 2020. Importa manter presente que o vírus pode ter-nos colocado em pausa, mas isto não é um game over. Vamos reinventar-nos, bem como ao sexo entre amantes casados. 

O amor reinventa-se e a traição também 

Vivemos uma nova ‘normalidade’, cujas implicações afetam todos os interstícios da ação humana. Acabamos de dar entrada num outro universo através de uma estranha antecâmara – a quarentena, o isolamento e o confinamento – que espartilhou algumas das mais básicas liberdades, a de movimentação, a de sociabilização e a de amar. Um tempo bizarro que leva a repensar tudo aquilo que fazemos e o modo como o fazemos e que tem sido particularmente doloroso para os afetos, manifestados agora à distância, sem o conforto do toque, dos beijos e abraços e até, em alguns casos, sem o escape sexual.

Contingências sanitárias que impõem novas regras até às relações amorosas e que são inesperadamente novas para os amantes secretos. Se antes de tudo isto eles já eram mantidos no anonimato, longe do conhecimento de todos, em particular dos parceiros primários, agora, a distância de precaução exige cuidados acrescidos e novas formas de traição e de contacto entre amantes. Mas sabemos que, se existe vontade, existe um caminho, ou até mais. 

Cyber sex – Virtualmente envolvidos 

Comprometido o contacto físico, devido à reclusão e a todas as precauções que a pandemia determina, o que resta ao amor clandestino? Muita coisa, na verdade. O cérebro é massa criativa e erógena e consegue encontrar outras formas de prazer. Reinventar o amor, o sexo e novas maneiras de os expressar e praticar, também é um jogo divertido, que pode e deve manter os amantes (bem) ocupados. 

Se algo temos a nosso favor é todo o universo virtual e as muitas estratégias de o colocar ao nosso serviço, inclusivamente da atividade sexual. Há muito que tal é feito. Chamam-lhe cyber sex e tem quase a mesma idade da internet. Na impossibilidade total de os amantes se poderem encontrar em segurança, a aposta recai no sexo virtual, entendido enquanto toda a interação mantida por via de equipamentos eletrónicos, seja troca de mensagens, escritas ou de voz, ou imagens. Um canal seguro e atrativo que mantém o termómetro em alta e cujo volume de tráfego, segundo dados de operadoras de todo o mundo, aumentou significativamente durante os meses de clausura mundial. 

Sexting 

Com mais tempo em mãos, por conta do teletrabalho, muitos amantes admitem ter aumentado a troca de mensagens picantes e fotos sensuais, a fim de manter acesa a atração sexual. Desde que asseguradas as óbvias medidas de segurança (apagar mensagens e fotografias de imediato, nunca enviar fotos em que se veja o rosto ou que denunciem quem é e onde está), esta é uma forma atrevida e excitante de comunicação, com a vantagem de ser discreta e poder ser feita em casa sem levantar suspeitas. Sendo uma prática com que nem todas as pessoas se sentem confortáveis, até pelo receio de verem mensagens e fotos expostas, ou por mera timidez nestas esferas, importa perceber primeiro se a/o seu amante está recetivo. 

Para ser eficaz, o sexting implica: 

  • Troca rápida de respostas. Garanta previamente que têm algum tempo livre. 
  • Ritmo e intensidade. Tal como qualquer preliminar, não entre a matar. Construa uma narrativa em crescendo, que vá aumentando o interesse e a excitação. 
  • Discrição. Não poupe nas palavras, nem tenha medo delas, nem daquilo que está a sentir. 
  • Descaramento. Faça perguntas diretas. Dê respostas prontas e francas. A excitação depende dessa espontaneidade. É ainda a oportunidade de poder brincar aos ‘médicos’ ou a qualquer outra coisa. 

Sexo pelo telefone 

Requer mais tempo, privacidade e a garantia de que não serão interrompidos – pelo que devem eleger a hora e o local mais indicados –, mas pode ser mais satisfatório, principalmente quando os amantes sabem bem o que dizer um ao outro. Tal como o sexting, sexo pelo telefone requer confiança mútua e que ambos se sintam confortáveis com o tipo de linguagem explícita que este requer. Aquilo que pode ser altamente excitante para uns, pode ser embaraçoso ou repugnante para outros. Certifiquem-se de que esta é uma prática que ambos consideram sensual e apelativa. Se for esse o caso, o prazer pode estar a um telefonema de distância. 

Sexo pelo telefone implica: 

  • Tempo e local privados e seguros 
  • Ambiente confortável e relaxante 
  • Verbalização de pensamentos e desejos 
  • Naturalidade 
  • Brinquedos sexuais são uma opção, tal como roleplaying (assumir uma personagem) 

Filme a dois 

Há muitas plataformas e aplicações que permitem assistir a filmes em grupo. Porque não marcar uma sessão fora de horas (conforme os horários familiares) para assistirem a um filme picante? Pode ser o ponto de partida para um serão… diferente. Preferem literatura? Comecem a ler um livro erótico em simultâneo e vão trocando impressões. 

Video chat 

Videochamadas através de uma das muitas aplicações de vídeo chat, ou uma discreta sala de conversação, não apenas permitem matar saudades como outro tipo de interação. Sejam criativos e discretos, claro. Optem por aplicações e sites seguros. Podem inclusivamente retomar a conversa através do site de encontros para pessoas casadas onde se conheceram. 

Distanciamento social não é sinónimo de isolamento afetivo 

Importa perceber que o mundo continua, diferente ou não, e que é necessário adaptarmo-nos rapidamente e tirar partido do muito que temos ao dispor para não comprometer qualquer aspeto do bem-estar geral, nem castrar a vida sexual. Conhecer pessoas novas em sites de encontros para pessoas casadas, como o Second Love, manter conversas picantes pelo telefone com amantes ou amigos coloridos, videochamadas sexy, enviar mensagens sensuais, atrever-se a ter sexo pelo telefone e manter-se sexualmente ativo (ainda que individualmente) é necessário para manter o bom equilíbrio mental, físico e psicológico. Não receie novas realidades e aceite outras práticas. Quem sabe, a própria relação sexual com o seu parceiro não acaba beneficiada com toda esta atividade paralela? Aproveitem o tempo extra para soltar a imaginação. 

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