O perfil que muitos Amantes desconhecem
O que elas e eles procuram numa relação extraconjugal e aquilo que os motiva a envolverem-se sexualmente fora do casamento não difere tanto assim. Todavia, ainda se identificam alguns traços distintivos relacionados com o género. Dissecamos, aqui, a anatomia do ‘pecado’ sexual e ficamos a perceber que já todos passámos por alguma destas fases.
Espartilhados por uma sociedade neurótica que vive numa constante falta de tempo – ou do chamado tempo de qualidade –, instigados pelo passo acelerado do mundo em nosso redor, pode dizer-se que ganham contexto e justificação casos amorosos desviantes, que os nossos avós condenavam, mas que seguramente também eles compreendiam e também praticavam, que o mundo, mantenhamo-lo presente, não começou connosco. Constrangidos entre a moral e a liberdade de se expressar individual e sexualmente, cada um vai desbravando caminhos secretos rumo à felicidade pessoal, ainda que alguns temam verbalizar palavras como traição ou amante.
Neste contexto, no enorme e protetor anonimato dos grandes centros urbanos e mais ainda no resguardo da grande world wide web, descobrem-se novas avenidas de prazer – o Second Love é disso exemplo – que vão seduzindo os mais curiosos bem como os mais insatisfeitos, em busca de parceiros e amantes, que preencham espaços que se encontram em branco.
O que os leva a aventurarem-se fora do casamento? São vários e de peso os motivos que os amantes apresentam, numa lista que é expressiva e esclarecedora.
Razões comuns a ambos os sexos:
Individuais:
- Insatisfação emocional. Falta de intimidade, de proximidade emocional e de conexão dentro da relação primária oucasamento é um dos fatores que maioritariamente determina o desejo de procurar afeto fora dela.
- Insatisfação sexual.Falta de sexo ou sexo insatisfatório é uma das causas mais frequentemente apontadas por quem – homem ou mulher – procura um amante. A maioria das traições tem como objetivo tornar mais dinâmica e estimulante a vida sexual e, muitas vezes, os envolvidos até se dizem felizes nas relações primárias que mantêm, apenas desejam mais atividade ou diferente atividade sexual. Mais aventura.
- Incompatibilidade.
- A paixão e amor iniciais não eram tão fortes como se imaginava ou apenas não vingaram sobre as diferenças ao longo do casamento. Quando assim acontece, as incompatibilidades agudizam-se e a vida a dois deixa de fazer sentido, isto quando não se torna verdadeiramente insuportável. Abre-se a porta ao exterior e parte-se à descoberta de nova realidade amorosa.
- Casamentos conflituosos.
- Personalidades tóxicas, relacionamentos pouco empáticos, défice de compreensão mútua, relacionamentos que potenciam a baixa autoestima de um dos elementos ou de ambos… São inúmeras as razões que conduzem, por vezes inexplicavelmente, a casamentos infelizes e conflituosos. Em alguns casos, procura-se um/a amante para encontrar paz, carinho, compreensão e algum retorno afetivo.
- Necessidade de ser apreciado. Rivalidade entre homem e mulher, pouco apreço mútuo ou a desproporcionalidade de carências afetivas entre os membros do casal podem fazer com que se busque fora da relação primária o apreço que não se recebe em casa.
- Vingança. Esta é uma fonte de inspiração que a ficção vai beber à vida real. Pagar na mesma moeda, dente por dente, traição por traição. Neste caso, o/a amante é a arma de que muitos indivíduos se munem na batalha contra a traição de que foram vítimas.
- Apaixonaram-se por outra pessoa. Acontece. Simplesmente a paixão surgiu, de forma inequívoca, fora da relação primária e o impulso é sempre o de ir atrás do amor.
- (Des)Apaixonaram-se. Não é uma decisão. É uma fatalidade. Também acontece. Tal como não se consegue explicar porque razões se gosta de alguém ou o que nos levou a apaixonarmo-nos por uma pessoa, por mais defeitos ou incompatibilidades detetadas, também a perda de amor acontece. Seja por desgaste, seja porque não foi bem-sucedido o caminho para soldar afetos, um dia, o amor pode simplesmente chegar ao fim e sinal disso é a procura de um amante, ou de amantes na busca de uma nova vida sentimental.
Circunstanciais:
- Ambiente de trabalho dominado pelo sexo oposto. A tentação é maior quando o local de trabalho apresenta um claro desnível entre número de funcionários do sexo masculino e feminino. Nestas circunstâncias, é maior a probabilidade de se ser cortejado ou se sentir atração por um/a colega.
- Meios profissionais com pessoas atraentes. São muitos os exemplos: moda, teatro, cinema, televisão, cinema, desporto… ou qualquer outro em que os astros se reúnam para potenciar maior ‘beleza’. Rodeados de beldades, os deslizes são mais frequentes e mais comum o desejo de encetar relações sexuais fora do casamento. São também, por norma, meios artísticos, menos conservadores e mais abertos.
- Profissões que envolvam o toque. Ainda que não estivesse provado, seria só por si admissível que todas as profissões que envolvam o toque físico estimulem maior atração. Massagistas, cabeleireiros, costureiros podem captar mais interesse além do profissional.
- Empregos que exijam relação direta e constante entre pares. Pensamos logo em atores e bailarinos, mas qualquer escritório em que se tenham de debater campanhas e assuntos que impliquem dura argumentação ou a sistemática colaboração diária podem servir igualmente de exemplo e atestam a velha máxima de que a ocasião… proporciona a traição.
As razões delas:
- Solidão. Seja por afastamento físico ou emocional, a solidão é um dos fatores mais apontados no feminino, para determinar a busca de um amante. Sentir-se sozinho dentro de uma relação provoca um vazio semelhante ao do abandono. A procura de companhia e, porque não, de algum romance começa por vezes pela simples adesão a sites, muitas vezes especificamente orientados para pessoas casadas. No fundo, a busca de alguém que os compreenda e com quem se possam aventurar fora das quatro paredes do casamento.
- Fases vulneráveis e de mudança. Alguns abalos emocionais acabam por funcionar como catalisadores de algumas decisões mais complexas. Em momentos de mudança, porque se perdeu o emprego, os filhos saíram de casa, ausência prolongada do parceiro, a experiência de uma doença ou outro fator de mudança pode levar a que se reconsidere todo o trajeto de vida e se encete um esforço extra na busca da felicidade, ou apenas do prazer imediato. Encontrar um amante nesta fase, pode servir de consolo, e trazer algum conforto numa altura em que tudo parece instável.
- Crise no casamento. Ao percecionar uma grave crise no casamento, ou quando adivinham que o fim é inevitável, muitas mulheres jogam a cartada da traição, como forma de mostrar ao parceiro o quanto tem a perder e para demostrar a si mesma que não ficará necessariamente sozinha. Não raras vezes, funciona a 100%, salvando o que já parecia perdido e tornando-o ainda mais sólido.
- Espicaçar o casamento. Mais uma vez, não serve apenas de argumento a comédias românticas, é mesmo verdade que muitas mulheres traem para estimular o desejo no parceiro, para chamar a atenção do marido ou como derradeira tentativa de salvar o casamento. É uma cartada arriscada, mas quem não arrisca… Por mais bizarro que pareça, por vezes, uma traição é quanto basta para alterar a dinâmica do casal e aproximá-lo ainda mais pois, perante o risco da perda definitiva, ambos se dedicam a perceber o que está mal e a tentar resolver o problema.
As razões deles:
- Sexo. A procura de prazer sexual, de somar conquistas e parceiras sexuais, e a capacidade de separar relações sexuais de relações afetivas parece jogar a favor do homem. Estudos revelam que na faixa dos homens que já traíram se encontram indivíduos que se sentem felizes e se dizem realizados no casamento.
- Oportunidade fortuita. Talvez pelas razões apontadas anteriormente, eles parecem não ser capazes de rejeitar qualquer oportunidade de ter sexo, ainda mais aliciante quando é, obvia e manifestamente, um caso fortuito, sem implicações afetivas posteriores, como sejam alguém que se conheceu numa viagem, ou com quem se cruzam durante pouco tempo, por exemplo.
- Problemas no casamento. Eles tendem mais facilmente a aceitar a necessidade de encontrar uma amante quando surgem problemas na relação primária. Ao contrário das mulheres, os homens perdem menos tempo a avaliar as possíveis consequências em caso de serem descobertos, ou sequer de avaliar possíveis constrangimentos psicológicos resultantes de uma traição.
- Questões biológicas. Ainda há pareceres que apontam a maior quantidade de testosterona e a ancestral necessidade de deixar descendência como fatores que podem determinar esta diferença entre o comportamento masculino e feminino, muito embora estudos recentes tendam a verificar menores diferenças entre o comportamento deles e delas perante a traição.
- Busca de novas emoções e experiências. Esta é uma das razões expressas por homens que já tiveram ou mantêm relações com amantes. A busca de novas emoções, a excitação do proibido e o conceito de aventura são apelativos a alguns homens. Parece que eles são sexualmente mais aventureiros ou mais francos a apresentar as suas razões.
Os mais e os menos traidores:
Estudos atestam que o perfil psicológico também interfere numa maior ou menor aceitação da traição. Algumas personalidades, menos empáticas, menos conscienciosas e mais egoístas são mais propensas à traição.
Também a orientação religiosa e política é determinante, mesmo em assuntos amorosos e sexuais. Indivíduos que partilham de ideias conservadoras ou que são muito religiosos são tidos como menos passíveis de trair.
E você? Qual é o seu perfil?